Independência
do Brasil
Trabalho apresentado pelo Ir.: AP.:M.: Thiago Hot Pereira de Faria.
Augusta e Respeitável Loja SimbólicaSabedoria Estabilidade e Poder nº 2454.
1.
Introdução
Ao apresentar
um trabalho que trate do assunto Independência do Brasil e correlaciona-lo com
a Maçonaria, depara-se com um grande número de material bibliográfico tanto do
mundo maçom quanto do profano, o que dificulta a delimitação da dissertação a
ser feita. Foi utilizado como metodologia, uso estritamente de material bibliográfico
e o trabalho se dividiu em três momentos: Visão histórica geral da
Independência do Brasil, A presença da Maçonaria neste evento, Expoentes maçons
na Independência do Brasil.
2.
Visão
Histórica
Em
virtude de sua condição de colônia, o Brasil desde sua descoberta em 1500 foi
explorado por Portugal, sua Metrópole, não podendo expressar assim, nenhum tipo
de liberdade, quer seja política, ideológica, econômica e administrativa.
Com
o desenvolvimento econômico e intelectual da colônia, não demorou para que um
sentimento de descontentamento invadisse os peitos dos residentes desta,
culminando em revoltas isoladas denominadas de Movimentos Nativistas,
idealizados por uma necessidade de liberdade. Destacam-se dentre esses
movimentos Revolta de Backman no Maranhão; Revolta de Felipe dos Santos em Vila
Rica; Conjuração Mineira, Revolução Farroupilha, Revolta dos Alfaiates dentre
outros.
Foi
necessário que houvesse a união entre os “filhos da terra”, nascidos no pais,
com os mestiços, os negros, os índios catequizados e os brancos europeus para
tentar defender o território brasileiro das invasões sofridas no século XVIII
com destaque as invasões holandesas. Tais progressos geraram na população
colonial um desejo de emancipação, ainda que de modo local não generalizado
entre províncias. Tais movimentos emancipacionistasnos finais do século XVIII e
início do XIX deram início à guerra de independência.
Em
16 de dezembro de 1815, o Brasil foi elevado a condição de Reino Unido a
Portugal e Algarves, o que gerou certa autonomia administrativa na colônia. Com
isso, a colônia obteve um progresso célere, principalmente em virtude de sua
riqueza natural.
Com
medo de uma emancipação política do Brasil ocasionada pelo crescente
desenvolvimento e nacionalismo, a corte portuguesa tentou uma reação a tudo que
havia fundado no Brasil e determinava que D. Pedro regressasse a Portugal. Tal
situação foi sintetizada nas palavras de Rocha Martins na obra“A Independência
do Brasil”:
“Era
uma situação singular de regresso ao período colonial, uma medida irritante,
despótica, só própria para ferir as suscetibilidades brasileiras”.
Uma
manifestação realizada por liberais radicais reuniu cerca de oito mil
assinaturas a pedindo a permanência do príncipe. Em 09 de janeiro de 1822 o
príncipe regente D. Pedro de Alcântara, foi contra as ordens emanadas de
Portugal para que voltasse para a Europa, esta data ficou conhecida como “Dia
do Fico”, onde foi declarado publicamente: “Se é para o bem de todos e
felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico".
O
processo de revoltas emancipacionistas, até seu culminar na separação da
Colônia de sua Metrópole em 1822, denomina-se Independência do Brasil. Na visão
historiográfica romântica do sec. XIX foi escolhido o dia 07 de setembro para
comemorar o momento da emancipação política brasileira. Segundo a
historiografia clássica do Brasil, foi nesta data que, às Margens do rio
Ipiranga o Príncipe regente D. Pedro de Alcântara bradou o denominado “Grito do
Ipiranga”, correspondente a “Independência ou Morte”.
A
data comemorada oficialmente é 7 de setembro de 1822. Outras datas consideradas
historiograficamente para a Independência, embora menos populares são: a data
da coroação do Imperador (1 de dezembro de 1822) ou mesmo a do reconhecimento
da Independência por Portugal e pela Grã-Bretanha (29 de agosto de 1825).
Quando
os pesquisadores consultam os jornais de 1822, não encontram nenhuma referência
ao "Grito do Ipiranga. Essa questão foi pesquisada pela historiadora Maria
de Lourdes Viana Lyra, titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e
publicadas em 1995. A conclusão desse estudo indica que o "grito" foi
uma construção a posteriori, contribuindo na criação do imaginário popular, e
que acabou consolidado no quadro (encomendado) de Pedro Américo, produto da
fértil imaginação do pintor, onde, entre outras incoerências, mostra D. Pedro
cercado pela Guarda Imperial, antes dele ser proclamado Imperador.
3.
Maçonaria
e a Independência do Brasil
Em
todos os Movimentos Nativistas a Maçonaria se fez presente através das Lojas
Maçônicas e Sociedades Secretas já existentes, de caráter maçônico tais como:
"Cavaleiros das Luz" na Bahia e "Areópago de Itambé" na
divisa da Paraíba e Pernambuco, bem como pelas ações individuais ou de grupos
de Maçons.
Além
disso os maçons muito contribuíram na propagação de ideais libertários, quer
sejam em suas lojas maçônicas, quer seja nos partido políticos, nas reuniões
dos movimentos separatistas, como também em jornais, musicas, artigos e todos
os meios de comunicação que a época disponibilizava. Assim, a Maçonaria
inflamava o movimento emancipador, fazendo agigantar-se a consciência nacional
e despertar o anseio já incontido de ver surgir um Brasil livre.
A
Maçonaria foi fundamental para que a Independência culminasse, tendo visto sua
participação em todas essas lutas. Oque pode ser observado segundo palavras do
historiador Assis Cintra na obra “Na Margem da História”:
“a independência era
fatal, era um fruto maduro pendente da árvore, prestes a ser colhido. Em todos
os recantos fervilhava o ardor patriótico. Nas Lojas Maçônicas, generais,
doutores, juizes, almirantes, funcionários públicos, capitalistas, fazendeiros,
artífices e até padres dos mais ilustres desse tempo, conspiravam” (v. “Na
Margem da História”).
Na obra
de Mário Melo “A Maçonaria no Brasil”, pode-se observar que não havia
Iniciações nas Lojas Maçônicas sem que fosse conhecida sua opinião sobre a
Independência do Brasil, além disso, todos os candidatos deveriam assinar um
termo se comprometendo a defendê-la.
Muitos
foram os eventos que a maçonaria se fez presente nos períodos da Independência
do Brasil, muitos foram também os irmãos que dessa participaram, não sendo
possível arrolar aqui todos nem todas as ações. Destacam-se porém alguns nomes
de grande expoente nesta luta, aos quais se segue.
4.
Maçons
expressivos no processo de independência do Brasil:
Irm.:
D. Pedro de Alcântara
Irm.:
José Bonifácio
Considerado
Patriarca da Independência, foi Ministro do Reino e dos Negócios estrangeiros,
de início colocou-se a serviço de D. Pedro de Alcântara. Foi o primeiro
Grão-Mestre da Maçonaria no Brasil, no recém constituído Grande Oriente
Brasiliano. Foi padrinho maçônico do príncipe regente D. Pedro de Alcântara.
Irm.:
Joaquim Gonçalves Ledo
Editor
do Reverbero Constitucional Fluminense, junto com padre Januário da Cunha
Barbosa, jornal lançado por eles para divulgar as ideias liberais e
libertárias. Foi este o órgão doutrinário da Independência brasileira.
Irm.:
Joaquim da Silva Rabelo – “Frei Caneca”
Idealista
liberal, partilhou ideais republicanos e frequentou a Academia do Paraiso, um
dos centros de reunião influenciados pela Revolução
francesa. Conspirava contra o jugo de portugueses. Ativista da Revolução
Republicana.
Irm.:
Luiz Alves de Lima e Silva – “Duque de Caxias”
Marechal
do Exercito, participou nas lutas de independência e na manutenção da ordem
pública na capital do Império. Foi grande líder militar nas batalhas de
Independência do Brasil.
Irm.:
Evaristo Ferreira da Veiga e Barros
Jornalista
e poeta, percursor do Romantismo no Brasil, escreveu a letra do Hino da
Independência, colaborou com a disseminação dos ideais de liberdade através de
seus poemas, sonetos, artigos e hinos.
Irm.:
Diogo Antônio Feijó
Sacerdote
católico e Estadista. Era defensor da descentralização e de políticas liberais,
entrando em conflito com a própria Igreja. Foi o fundador do Partido Liberal.
5.
Conclusão:
Alegro-me
em poder rememorar esse grande marco na história de nossa nação, assim como na
história de nossa ordem. Seriam necessários vários tomos sobre o tema, e ainda
assim, não alcançaria a grandeza nem toda a dimensão que esse episódio merece.
Contento-me então em comemorar esse acontecimento com meus irmãos, relembrando
de pequenas partes dessa história selecionadas com dedicação. Desculpo-me ainda
pelo déficit de muitas informações que não constaram nessa dissertação, em
virtude da necessidade de fazer recortes no tema.
Bibliografia:
Independencia
do Brasil. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Independ%C3%AAncia_do_Brasil
A
MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL. Palestra proferida pelo Ir\ JOSÉ ROBSON GOUVEIA FREIRE,
\, na
A\R\L\S\ Pioneiros de Brasília nº
2288, em05/09/2006.
MELO, Mário. A Maçonaria no Brasil.
CÍNTRIA, Assis. Na Margem da História.